01 de Julho de 2009 08:37
Estudo apresentado ontem pelo Banco Mundial aponta que o Brasil não melhorou quase nada os seus mecanismos de controle da corrupção nos últimos 12 anos. O relatório vem sendo feito desde 1996, com dados fornecidos por 35 organizações não governamentais, governos e institutos de pesquisas.
Dentre os 212 países pesquisados, o Brasil está medianamente colocado, com nota negativa de –0,03, ficando muito atrás do Chile e do Uruguai, quando comparado apenas com os países da América Latina. A posição mediana pode ser vista em todos os indicadores de controle da corrupção que foram pesquisados, mas existe o risco de que nos próximos relatórios a situação seja pior, uma vez que as denúncias de corrupção surgidas nos últimos tempos ainda não foram computadas.
A pesquisa não abrange apenas o desvio direto de recursos, mas todas as posições políticas tomadas pelos agentes públicos. A saraivada de denúncias surgidas agora no Senado, onde pessoas são contratadas através de atos secretos, onde diretores alteravam os seus próprios salários, chegando a ganhar quase três vezes mais do que o presidente da República, certamente vão refletir nas respostas que a população dará quando indagada sobre o nível de corrupção no País.
O pior disso tudo é o efeito cascata, pois é certo que na grande maioria dos estados e municípios também existem irregularidades na contratação de servidores, de obras e de serviços, mostrando que o Brasil exerce apenas pela metade a sua governança. O conceito de governança, para o Banco Mundial, significa a capacidade das tradições e instituições de um país exercerem sua autoridade.
A capacidade de controle exercida pelo governo brasileiro em todos os níveis anda longe do desejável, pois estamos atrás da maioria das outras nações. Para que a situação seja mudada vai ser preciso um exercício muito grande de toda a sociedade no sentido de que a corrupção deixe de ser vista como a “lei da vantagem” e passe a ser um crime punível com severidade.
Não se pode conceber que pessoas que desviam recursos públicos, que sejam condenadas pela Justiça, ainda tenham a possibilidade de serem candidatos a cargos eletivos, de serem nomeados para funções públicas. O Brasil é um gigante econômico no planeta, mas poderia ser muito maior ainda se tantos recursos não fossem desviados, não escorressem pelo ralo da impunidade.
O que se espera é que as futuras gerações não sejam obrigadas a passar pelo vexame de verem relatórios como esses ainda sendo divulgados.
DENUNCIE ESSES CORRUPTOS, ACESSE AGORA MESMO:
brazildetolos.com.br
FONTE:
Jornal o Dia